A sessão solene de abertura do terceiro ano legislativo da II legislatura da Assembleia Nacional, marcada pela mensagem sobre o estado da Nação do Presidente da República.
Na mensagem, o Chefe de Estado fez um percurso sobre os principais desenvolvimentos do país desde o alcance da paz até aos dias de hoje.
Na presença de representantes da sociedade nacional, além de outros convidados, José Eduardo dos Santos falou de aspectos políticos, socioeconómicos, de Defesa e Segurança Nacional, entre outros.
Sobre política externa o presidente dos Santos disse que o conflito n RDC preocupa Angola. O presidente reconheceu dificuldades em Cabinda.
ZE DU RISCOS
No que toca a politica externa, o chefe de estado aponta a boa vizinhança com outro países.
ZÉ DU POLITICA EXTERNA
José Eduardo começou frisou ainda que a reconstrução do país tanto material como Espiritual é necessária para um pais que esta a crescer agora como é Angola.
ZE DU RECONSTRUÇÃO
No sector económica Jose Eduardo fez questão de falar que o sector económico foi o dos mais elevados desde o alcance da Paz.
Ze Economia
A sessão do terceiro ano legislativo da segunda legislatura da Assembleia Nacional foi aberta pelo seu presidente Paulo Kassoma que começou por saudar os convidados, Paulo kassoma falou que a presença do presidente no parlamento é uma oportunidade para renovar o compromisso e esperança da nação.
Kassoma adiantou ainda os desafios que o país tem com a aprovação da Constituição são enormes e convocam todos os elementos da nação, e fala dos compromissos que a assembleia tem com a Democracia.
KASSOMA DEMOCRACIA
Paulo Kassoma não deixou de falar da comemoração dos 35 anos de independência do País;
KASSOMA INDEPENDÊNCIA
O comentarista Politico Reginaldo Silva adiantou que não foi uma boa solução o presidente ter feito um Discurso tradicional com estatísticas e números é um tipo de discurso não inovador.
Reginaldo Discurso
O docente universitário Celso Malavoloneke pensa que o presidente da república fez uma avaliação corajosa e honesta do ponto de vista político.
Para o sociólogo a abordagem do chefe do estado ultrapassou as expectativas do povo;
CELSO MALAVOLONEKE PRESIDENTE
E o Economista e professor Universitário Vicente Pinto de Andrade pensa que o presidente da República deveria fazer uma avaliação dos objectivos e resultados fixados depois das eleições legislativas.
VICENTE AVALIAÇÃO
O analista político António Pinto disse que esperava que o presidente falasse da fiscalização das acções do executivo, pelo parlamento.
~Fonte:www.radioecclesia.org
Um espaço para a divulgaçao dos Direitos Humanos em Africa e para os Africanos que falam a lingua portuguesa, é a Lusófonia em acçao.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
para o desenvolvimento do milénio, estabelecidos por vários países, sob coordenação da maior tribuna politica mundial (a ONU), continuam em execução ou em tentativa para serem alcançados.
A meta estabelecida na famosa cimeira de Dakar, Senegal é 2015, isto é dentro de escassos 4 anos, tendo em conta que este está no fim.
Mas quais são, então, os objectivos do milénio?
Em síntese, eles são oito. A saber: Erradicar a extrema pobreza e a fome; Atingir o ensino básico universal.
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a saúde materna; Combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças; Garantir a sustentabilidade ambiental e Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.
Recentemente foi realizada uma cimeira na sede das nações unidas em Nova York, em que o secretário de estado das relações exteriores, Jorge Rebelo Chicote, disse que Angola está no bom caminho na concretização dos objectivos do milenio até 2015.
Jorge Chicote foi secundando por varias vozes em Luanda que garantiram que realmente, em tempo de paz, Angola está a avançar. Mas há críticos que se mostraram cépticos com o optimismo das autoridades.
Na sua alocução em Nova York Chicote disse e citamos “"2015 é a data final. Neste momento estamos a avaliar as questões de meio percurso e todos os países já estão a pensar que teremos que reavaliar e ver como vamos conseguir alcançar (os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio)" fim de citação.
O secretário de Estado recordou que Angola tem um plano de redução da pobreza 2009/2014 begin_of_the_skype_highlighting 2009/2014 end_of_the_skype_highlighting e de auto-suficiência alimentar que vão permitir alcançar metas importantes nos próximos anos.
Mas, esta semana, dois relatórios chamaram a atenção geral. Primeiro: Angola avança no que diz respeito á boa governamentação, mas, no segundo, se diz que o país figura na lista das nações onde ainda há uma “ crise alimentar permanente
Hoje por hoje, como apontar estes objectivos como estando ou não a serem cumpridos? Será possível erradicar a extrema pobreza ou fazer com que milhares de mães não morram no parto ou percam os seus filhos a nascença?, só para citar estes exemplos.
Como está a luta contra a pobreza e a SIDA? Como vai a integração da mulher? o que dizer da saúde e educação? Estes e outros pontos vão dominar o debate de hoje.
Há quatro anos da concretização dos objectivos do Milénio que posição tem Angola?
A iniciativa da Radio Ecclesia era de poder ouvir dos Cidadaos e especialistas no que diz respeito aquilo que podera ser os avanços de Angola quanto as metas a atingir do milenio
Fonte http://www.radioecclesia.org/
A meta estabelecida na famosa cimeira de Dakar, Senegal é 2015, isto é dentro de escassos 4 anos, tendo em conta que este está no fim.
Mas quais são, então, os objectivos do milénio?
Em síntese, eles são oito. A saber: Erradicar a extrema pobreza e a fome; Atingir o ensino básico universal.
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a saúde materna; Combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças; Garantir a sustentabilidade ambiental e Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.
Recentemente foi realizada uma cimeira na sede das nações unidas em Nova York, em que o secretário de estado das relações exteriores, Jorge Rebelo Chicote, disse que Angola está no bom caminho na concretização dos objectivos do milenio até 2015.
Jorge Chicote foi secundando por varias vozes em Luanda que garantiram que realmente, em tempo de paz, Angola está a avançar. Mas há críticos que se mostraram cépticos com o optimismo das autoridades.
Na sua alocução em Nova York Chicote disse e citamos “"2015 é a data final. Neste momento estamos a avaliar as questões de meio percurso e todos os países já estão a pensar que teremos que reavaliar e ver como vamos conseguir alcançar (os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio)" fim de citação.
O secretário de Estado recordou que Angola tem um plano de redução da pobreza 2009/2014 begin_of_the_skype_highlighting 2009/2014 end_of_the_skype_highlighting e de auto-suficiência alimentar que vão permitir alcançar metas importantes nos próximos anos.
Mas, esta semana, dois relatórios chamaram a atenção geral. Primeiro: Angola avança no que diz respeito á boa governamentação, mas, no segundo, se diz que o país figura na lista das nações onde ainda há uma “ crise alimentar permanente
Hoje por hoje, como apontar estes objectivos como estando ou não a serem cumpridos? Será possível erradicar a extrema pobreza ou fazer com que milhares de mães não morram no parto ou percam os seus filhos a nascença?, só para citar estes exemplos.
Como está a luta contra a pobreza e a SIDA? Como vai a integração da mulher? o que dizer da saúde e educação? Estes e outros pontos vão dominar o debate de hoje.
Há quatro anos da concretização dos objectivos do Milénio que posição tem Angola?
A iniciativa da Radio Ecclesia era de poder ouvir dos Cidadaos e especialistas no que diz respeito aquilo que podera ser os avanços de Angola quanto as metas a atingir do milenio
Fonte http://www.radioecclesia.org/
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Serpenteando um leito rochoso que se estende pelas suas duas margens, a impressão que se tem do rio Lucufi é que não oferece perigo algum para as construções ali erguidas, mas ainda assim a entidade governativa deste modo não entendeu e “arreou” todas as edificações que ali estavam havia mais de 30 anos, algumas delas.
Entre estas, contava-se a sede provincial do Sindicato Nacional dos Professores cujo espaço foi cedido legalmente pelas autoridades locais há mais de quatro anos. Na hora de accionar o camartelo demolidor as autoridades não se ficaram pelos comedimentos e deitaram abaixo até uma empresa de rent-a-car que empregava 60 pessoas.
A intervenção do advogado David Mendes da Associação Mãos Livres foi crucial para se negociar um espaço em que provisoriamente está a ser continuada a actividade empresarial, nas imediações do pavilhão de basquetebol da Nossa Senhora do Monte, mas já sem as condições para instalar um escritório.
O proprietário da Africar vocacionada para o serviço de rent-a-car, comercialização de peças e venda de automóveis, Arlindo Pedro, lamenta o facto de não lhe ter sido concedido um tempo para retirar as 40 viaturas para a venda e as 12 destinadas ao aluguer que ali estavam parqueadas.
Numerado na quarta-feira, o escritório foi deitado abaixo no dia seguinte. “Nós praticamente resgatamos as viaturas, porque eles pernoitaram aqui na véspera com as máquinas e quando eram seis horas e trinta minutos de quinta-feira começaram a demolir todas as residências que julgaram estar no que consideram zona de risco”, disse, abalado, Arlindo Pedro, director da empresa, que acrescentou não ter recebido qualquer aviso prévio.
A área a si concedida para a edificação do seu empreendimento, disse Arlindo Pedro, foi inspeccionada para efeitos de concessão de título de propriedade pelo actual administrador adjunto do município do Lubango ao tempo em que respondia pela área técnica que alegou, estranhamente, o facto de o empresário ter adquirido o terreno numa altura em que a administração estava infestada de funcionários corruptos, uma prática recorrente em muitas administrações do país e que urge, por isso mesmo, sanar.
Apesar de ter adquirido provisoriamente, por via negocial, um espaço onde doravante vai exercer a sua actividade comercial, Pedro manifesta-se, contudo, aflito com o facto de ter compromissos comerciais por honrar com o Banco de Poupança e Crédito, além de outras obrigações relacionadas com o fisco e segurança social dos funcionários da casa.
“Há três anos nós pedimos um crédito ao banco e demos como garantia a penhora das instalações da empresa que, com esta situação, não sabemos como fazer com o banco, já que a capacidade financeira da empresa vai com certeza degradar-se”, disse aflito o empresário, que recorreu à dispensa dos funcionários porque não tem condições de os manter a trabalhar.
Neste leque de entidades que tinham adquirido terrenos pela via legal, esteve envolvido também um magistrado do Ministério Público a quem não foram feitas quaisquer contemplações e viu a sua edificação de dois pisos, posicionada de maneira confortavelmente distante do “alegado perigo”, ser também demolida.
Ironicamente, o governador local foi citado como tendo afirmado que até então só tinham sido destruídas duas residências dignas desse nome, pois as demais “não passavam de lixo”.
David Mendes na jogada
A Associação Mãos Livres, na pessoa do seu líder David Mendes, anunciou a interposição de uma providência cautelar junto do Tribunal Supremo para salvaguardar os interesses dos ofendidos pelas demolições das suas residências e empreendimentos na cidade do Lubango.
A Associação vislumbrou dois tipos de casos que defenderá, sendo uma a dos sujeitos que detinham a posse legal do espaço e, a outra, dos cidadãos que perderam habitações familiares.
David Mendes adiantou que o Estado deverá responder pela acção dos seus agentes, que lesaram os interesses de quem detinha direitos de propriedade que aquele desrespeitou.
No caso dos cidadãos que residiam no local havia mais de vinte anos, para lá de qualquer situação de legalidade ou não, “estas pessoas têm direito à habitação nos termos da Constituição e o Estado tem a obrigação de as providenciar”, lembrando uma vez mais que os órgãos da administração não têm a competência para demolir as residências dos cidadãos cabendo esta prerrogativa aos tribunais.
O advogado também não descartou o recurso ao Tribunal Constitucional pelas razões que afirma: “O Estado devia primeiro embargar, mas nunca partir as residências dos cidadãos e, por isso, vamos requerer o pronunciamento do Tribunal Constitucional, porque trata-se já de factos jurídicos e não apenas administrativos”Com força intimidatória
O processo de demolição das residências mobilizou um importante aparato da Polícia, forças armadas e outros agentes ao serviço da administração local, situação que produziu um efeito coercivo e levou as pessoas a não saírem voluntariamente das casas em que habitavam.
Quando passavam poucos minutos das oito horas, uma nuvem de poeira e a actividade frenética de motores de máquinas pesadas e camiões puderam ser vistas à distância e o cenário na ponte sobre o riacho, na zona dos Laureanos, era de uma grande aglomeração de pessoas, umas a acompanharem os últimos instantes da verticalidade das suas casas e outros, transeuntes, que incrédulos viam a actividade demolidora das máquinas.
Entretanto, do outro lado da ponte ,cidadãos atirados para a condição de desabrigados juntavam os pedaços de chapas, materiais de construção e alguns imóveis quebrados no interior. Lançavam impropérios contra as autoridades pela medida que diziam não compreender, pois argumentavam que não tinha havido um diálogo prévio para esclarecimento sobre todos os passos que estavam a ser dados para o seu realojamento.
“Se partem as nossas casas sem nos dizerem aonde iremos parar como é que querem que fiquemos?”, interrogavamse os desafortunados moradores com a desolação estampada nos rostos, pedindo que os repórteres fotográficos captassem as imagens da destruição para mostrar ao mundo a situação porque estavam a passar, enquanto a vigilância sobre os jornalistas apertava com o seguimento milimétrico de um agente à paisana ou fardado e armado.
Enquanto isso, os transeuntes só meneavam a cabeça em sinal de desaprovação da medida do governador da Huíla, Isaac dos Anjos. A oportunidade jornalística para colher pormenores fotográficos e de fazer entrevistas sobre o momento, era constantemente interrompida por polícias, agentes à paisana e militares das forças armadas que seguiam de forma cerrada os seus passos e obstruíam qualquer possibilidade para o efeito, sendo nesta altura que se dá o episódio de apreensão de duas máquinas fotográficas e um gravador de dois jornalistas.
Eugénio Mateus, no Lubango
8 de Outubro de 2010
Reportagem completa no Jornal O País
Jornal Angolense censurado pelo longo braço da «democracia» made in MPLA
- 6-Oct-2010 - 16:46
O Jornal Angolense não chegou às bancas este fim-de-semana, naquilo que muitos angolanos já conhecem como a tentativa do MPLA de limitar, ou até acabar, com a ainda débil liberdade de expressão no país.Depois de duas edições do jornal “A Capital” terem sido destruidas antes da sua distribuição no início do mês, foi a vez do semanário “Angolense” ficar retido na gráfica.
Estas são duas das publicações privadas mais destemidas em Angola e que foram recentemente compradas pelo grupo Media Investments, que se acredita ter fortes ligações ao partido MPLA, no poder. A referida edição de “A Capital” terá sido impedida de circular, há duas semanas, devido, alegadamente, a um artigo sobre o Presidente Eduardo do Santos.
Segundo apurou a correspondente da BBC em Luanda, o novo director do semanário “Angolense” terá apresentado a sua demissão, na sequência de diversas polémicas internas com a nova gestão. Polémicas ligadas à censura de material e cobertura de notícias controversas sobre a alegada corrupção de indíviduos ligados às esferas mais altas do poder em Angola. Entretanto, o jornalista e activista angolano Rafael Marques, cujas pesquisas sobre a alegações de corrupção em Angola foram publicadas pelo semanário “Angolense”, disse à BBC que o Governo estava deliberdamente a silenciar vozes críticas no seio dos media privados.
Contudo, Rafael Marques acredita que as ameaças contra a imprensa escrita, não vão impedir que a informação chegue ao público, levando os jornalistas a usar métodos mais criativos, como blogues na Internet. A BBC tentou falar com funcionários do semanário “Angolense”, mas ninguém mostrou estar disponível. O mesmo se passou com a Media Investments, uma sociedade anónima sem figuras públicas contactáveis.
Fonte: BBC África
Entre estas, contava-se a sede provincial do Sindicato Nacional dos Professores cujo espaço foi cedido legalmente pelas autoridades locais há mais de quatro anos. Na hora de accionar o camartelo demolidor as autoridades não se ficaram pelos comedimentos e deitaram abaixo até uma empresa de rent-a-car que empregava 60 pessoas.
A intervenção do advogado David Mendes da Associação Mãos Livres foi crucial para se negociar um espaço em que provisoriamente está a ser continuada a actividade empresarial, nas imediações do pavilhão de basquetebol da Nossa Senhora do Monte, mas já sem as condições para instalar um escritório.
O proprietário da Africar vocacionada para o serviço de rent-a-car, comercialização de peças e venda de automóveis, Arlindo Pedro, lamenta o facto de não lhe ter sido concedido um tempo para retirar as 40 viaturas para a venda e as 12 destinadas ao aluguer que ali estavam parqueadas.
Numerado na quarta-feira, o escritório foi deitado abaixo no dia seguinte. “Nós praticamente resgatamos as viaturas, porque eles pernoitaram aqui na véspera com as máquinas e quando eram seis horas e trinta minutos de quinta-feira começaram a demolir todas as residências que julgaram estar no que consideram zona de risco”, disse, abalado, Arlindo Pedro, director da empresa, que acrescentou não ter recebido qualquer aviso prévio.
A área a si concedida para a edificação do seu empreendimento, disse Arlindo Pedro, foi inspeccionada para efeitos de concessão de título de propriedade pelo actual administrador adjunto do município do Lubango ao tempo em que respondia pela área técnica que alegou, estranhamente, o facto de o empresário ter adquirido o terreno numa altura em que a administração estava infestada de funcionários corruptos, uma prática recorrente em muitas administrações do país e que urge, por isso mesmo, sanar.
Apesar de ter adquirido provisoriamente, por via negocial, um espaço onde doravante vai exercer a sua actividade comercial, Pedro manifesta-se, contudo, aflito com o facto de ter compromissos comerciais por honrar com o Banco de Poupança e Crédito, além de outras obrigações relacionadas com o fisco e segurança social dos funcionários da casa.
“Há três anos nós pedimos um crédito ao banco e demos como garantia a penhora das instalações da empresa que, com esta situação, não sabemos como fazer com o banco, já que a capacidade financeira da empresa vai com certeza degradar-se”, disse aflito o empresário, que recorreu à dispensa dos funcionários porque não tem condições de os manter a trabalhar.
Neste leque de entidades que tinham adquirido terrenos pela via legal, esteve envolvido também um magistrado do Ministério Público a quem não foram feitas quaisquer contemplações e viu a sua edificação de dois pisos, posicionada de maneira confortavelmente distante do “alegado perigo”, ser também demolida.
Ironicamente, o governador local foi citado como tendo afirmado que até então só tinham sido destruídas duas residências dignas desse nome, pois as demais “não passavam de lixo”.
David Mendes na jogada
A Associação Mãos Livres, na pessoa do seu líder David Mendes, anunciou a interposição de uma providência cautelar junto do Tribunal Supremo para salvaguardar os interesses dos ofendidos pelas demolições das suas residências e empreendimentos na cidade do Lubango.
A Associação vislumbrou dois tipos de casos que defenderá, sendo uma a dos sujeitos que detinham a posse legal do espaço e, a outra, dos cidadãos que perderam habitações familiares.
David Mendes adiantou que o Estado deverá responder pela acção dos seus agentes, que lesaram os interesses de quem detinha direitos de propriedade que aquele desrespeitou.
No caso dos cidadãos que residiam no local havia mais de vinte anos, para lá de qualquer situação de legalidade ou não, “estas pessoas têm direito à habitação nos termos da Constituição e o Estado tem a obrigação de as providenciar”, lembrando uma vez mais que os órgãos da administração não têm a competência para demolir as residências dos cidadãos cabendo esta prerrogativa aos tribunais.
O advogado também não descartou o recurso ao Tribunal Constitucional pelas razões que afirma: “O Estado devia primeiro embargar, mas nunca partir as residências dos cidadãos e, por isso, vamos requerer o pronunciamento do Tribunal Constitucional, porque trata-se já de factos jurídicos e não apenas administrativos”Com força intimidatória
O processo de demolição das residências mobilizou um importante aparato da Polícia, forças armadas e outros agentes ao serviço da administração local, situação que produziu um efeito coercivo e levou as pessoas a não saírem voluntariamente das casas em que habitavam.
Quando passavam poucos minutos das oito horas, uma nuvem de poeira e a actividade frenética de motores de máquinas pesadas e camiões puderam ser vistas à distância e o cenário na ponte sobre o riacho, na zona dos Laureanos, era de uma grande aglomeração de pessoas, umas a acompanharem os últimos instantes da verticalidade das suas casas e outros, transeuntes, que incrédulos viam a actividade demolidora das máquinas.
Entretanto, do outro lado da ponte ,cidadãos atirados para a condição de desabrigados juntavam os pedaços de chapas, materiais de construção e alguns imóveis quebrados no interior. Lançavam impropérios contra as autoridades pela medida que diziam não compreender, pois argumentavam que não tinha havido um diálogo prévio para esclarecimento sobre todos os passos que estavam a ser dados para o seu realojamento.
“Se partem as nossas casas sem nos dizerem aonde iremos parar como é que querem que fiquemos?”, interrogavamse os desafortunados moradores com a desolação estampada nos rostos, pedindo que os repórteres fotográficos captassem as imagens da destruição para mostrar ao mundo a situação porque estavam a passar, enquanto a vigilância sobre os jornalistas apertava com o seguimento milimétrico de um agente à paisana ou fardado e armado.
Enquanto isso, os transeuntes só meneavam a cabeça em sinal de desaprovação da medida do governador da Huíla, Isaac dos Anjos. A oportunidade jornalística para colher pormenores fotográficos e de fazer entrevistas sobre o momento, era constantemente interrompida por polícias, agentes à paisana e militares das forças armadas que seguiam de forma cerrada os seus passos e obstruíam qualquer possibilidade para o efeito, sendo nesta altura que se dá o episódio de apreensão de duas máquinas fotográficas e um gravador de dois jornalistas.
Eugénio Mateus, no Lubango
8 de Outubro de 2010
Reportagem completa no Jornal O País
Jornal Angolense censurado pelo longo braço da «democracia» made in MPLA
- 6-Oct-2010 - 16:46
O Jornal Angolense não chegou às bancas este fim-de-semana, naquilo que muitos angolanos já conhecem como a tentativa do MPLA de limitar, ou até acabar, com a ainda débil liberdade de expressão no país.Depois de duas edições do jornal “A Capital” terem sido destruidas antes da sua distribuição no início do mês, foi a vez do semanário “Angolense” ficar retido na gráfica.
Estas são duas das publicações privadas mais destemidas em Angola e que foram recentemente compradas pelo grupo Media Investments, que se acredita ter fortes ligações ao partido MPLA, no poder. A referida edição de “A Capital” terá sido impedida de circular, há duas semanas, devido, alegadamente, a um artigo sobre o Presidente Eduardo do Santos.
Segundo apurou a correspondente da BBC em Luanda, o novo director do semanário “Angolense” terá apresentado a sua demissão, na sequência de diversas polémicas internas com a nova gestão. Polémicas ligadas à censura de material e cobertura de notícias controversas sobre a alegada corrupção de indíviduos ligados às esferas mais altas do poder em Angola. Entretanto, o jornalista e activista angolano Rafael Marques, cujas pesquisas sobre a alegações de corrupção em Angola foram publicadas pelo semanário “Angolense”, disse à BBC que o Governo estava deliberdamente a silenciar vozes críticas no seio dos media privados.
Contudo, Rafael Marques acredita que as ameaças contra a imprensa escrita, não vão impedir que a informação chegue ao público, levando os jornalistas a usar métodos mais criativos, como blogues na Internet. A BBC tentou falar com funcionários do semanário “Angolense”, mas ninguém mostrou estar disponível. O mesmo se passou com a Media Investments, uma sociedade anónima sem figuras públicas contactáveis.
Fonte: BBC África
terça-feira, 5 de outubro de 2010
The UN Documents Congo's Bloodbath
The report is over 500 pages long. It is one of the most comprehensive investigations into war crimes in the history of the United Nations. Even though it has not even been released yet, it has caused serious diplomatic tensions in New York, Congo and Rwanda.
Two dozen UN inspectors meticulously examined the mass murders in the Democratic Republic of Congo between 1993 and 2003. They assessed reports, viewed film documents and interviewed thousands of witnesses. They collated everything that was considered significant. The draft report has already been leaked and it is a documentation of horror.
The investigators describe how for years Rwanda-backed rebel groups hunted, tortured and massacred Hutu refugees in Congo, or Zaire as it was then known. Schools, hospitals, refugee camps, children, women, the aged -- nothing and no one was safe from the murderous gangs on both sides. By no means were the pursuers from Rwanda the only ones to perpetrate crimes. The report describes the massive country as corrupt and rotten, a place where human rights, justice and humanitarian values had lost any worth decades ago.
Ethnic Conflicts Across Congo
The decline of the country began long before the First Congo War of 1996 to 1998 and the overthrow and exile of the former dictator Mobutu Sese Seko in 1997. At the end of 1991 the Congolese from the copper-rich province of Katanga in the south of the country had started to persecute, displace and murder people who had migrated from the Kasai region. The conflict was fuelled by Mobutu, who felt threatened by many opposition politicians from Kasai.
Traders from Kasai were denied access to the markets in Katanga, their property was stolen, and they themselves were persecuted. In late autumn of 1992, around half of the residents of the town of Likasi in Katanga were forced out, around 60,000 people in total. Kasai migrants were also chased out of the mining town of Kolwezi, with the aid of the local police and officials.
The same occurred in other provinces, sometimes at the instigation of the provincial governors. The conflicts between different ethnic groups led to the deaths of over a thousand people in Katanga alone, something that barely registered in Europe and the US. The conflicts soon spread to the capital Kinshasa, where Mobutu was trying with all his might to hold on to power. Migrants from Kasai were the main victims, but political opponents also had to fear for their lives.
Meanwhile, in the mid 1990s in the resource-rich east of the country, agitation began against Tutsi immigrants from Rwanda and Burundi. In the North Kivu province, Banyamasisi-Tutsis had already been the victims of forced displacement. Now pressure was growing on the Banyamulenge-Tutsis in South Kivu. This pressure increased because two years previously millions of refugees from Rwanda, primarily Hutus, had fled into eastern Congo. They were a mixture of soldiers and civilians, murderers and children, and all had left Rwanda out of fear that the victorious Tutsis and their military leader Paul Kagame would wreak their revenge following the genocide of 1994 when 800,000 Tutsis and moderate Hutus were murdered by Hutu extremists over just 100 days.
Systematic Murders
Many reorganized themselves in the refugee camps dotted along the border and they then began tracking down Tutsis who had been settling in Congo for decades. By the end of September 1996, the systematic murders of Banyamulenge-Tutsis began. The UN report describes this in minute detail:
- On Sept. 29, 1996 in Lueba, 78 kilometers south of Ivira, units of the Bembe ethnic group killed 152 Banyamulenge civilians, including many women and children, with the help of the regular Zairean army. Some of the victims were killed with machetes, other were burned in their homes. There was mass rape of women and girls.
- It seems that at this time North Kivu was a hell on earth. Hundreds of thousands of people were fleeing their homes. Tutsi militias and Rwandan soldiers stormed refugee camps along the main road between Goma and Rutshuru. Men were bound and shot, women were raped, children battered to death.
- On the night of Sept. 29 into the early morning of Sept. 30, Bembe units killed almost 100 Banyamulenge civilians near the village of Mboko. The victims were survivors of the Lueba massacre that had taken place just hours earlier. The militias said they would bring them back into Rwanda. However, while the women and children were allowed to leave the country, the men were bound and thrown into Lake Tanganyika.
- On Oct. 21 a Banyamulenge man was killed in Uvira and his head was carried on a stick through the town. The perpetrators hung his testicles on a string and wore them around their necks.
- The chief of staff of the Zairean army accused the Banyamulenge on Oct. 11, 1996 of working with Rwanda to wage war against Zaire. The announcement amounted to an official declaration of open season on the Tutsis. Then the Tutsis and Banyamulenges, backed by Rwandan soldiers, began to push into Congo, fighting back with no less gruesome methods. They set up roadblocks and filtered out Rwandan and Burundian Hutus from the flood of refugees. Hundreds of Hutus were killed then and there, thousands more were selected and told they would be sent back to Rwanda before being killed nearby.
- On Nov. 22, 1996 hundreds of refugees were herded together in the refugee camp in Chimanga, 71 kilometers west of Bukavu. A cow was slaughtered, ostensibly to give them strength for the long march back to Rwanda. As the Hutus began to register, the guards posted around the camp opened fire on them, killing between 500 and 800 refugees.
- On the Ulindi bridge not far from the town of Shabunda, Tutsis murdered 500 refugees on Feb. 5, 1997. The local people had to remove the bodies and traces of the slaughter from the bridge.
The report soberly describes more than 600 similar incidents and for every case there are witnesses and proof. The investigators did not rely on rumors.
The report states that people were "executed in their hundreds, often with edged weapons." It states that "the majority of the victims were children, women, elderly people and the sick ... who posed no threat to the attacking forces." The report goes on to say that the "systematic and widespread attacks have a number of damning elements which, if they were proven before a competent court, could be classified as crimes of genocide."
Yet it was not just Tutsis who put aside all standards of humanity in their war of revenge against the Hutus in Congo. The Congolese did not treat each other much better. The report provides ample evidence of that.
When clashes between the Hema and Lendu people escalated in the Ituri province in February 2003, the Hemas invited a Lendu delegation to talks in the village of Sangi. The Lendu group, which included a number of women, had barely arrived when the Hemas attacked them with machetes, knives and clubs. Some were bound and killed in the village church. Only two Lendu survived the slaughter. The conflicts between these two ethnic groups are also painstakingly documented in the UN report.
Rwanda Threatens to Withdraw From UN Missions
The official version of the report is to be released in a few days, but already in Rwanda in particular, the first reports in the media have caused great disquiet. The Kagame government has expressly denied that it took part in any crimes that could be equated with genocide in Congo. Over the past few months the government has even tried to prevent the publication of the report, or at least to mitigate it somewhat.
Foreign Minister Louise Mushikiwabo wrote a letter to UN Secretary-General Ban Ki-moon, in which she threatened to end Rwanda's involvement with the UN, and in particular said it would withdraw Rwandan peacekeeping troops from UN missions, for example in the Sudanese crisis region of Darfur. And the government spokesman in Kigali says that it would be "immoral and unacceptable" for the UN, "an organization that failed outright to prevent the genocide in Rwanda" to now accuse "the army that stopped that genocide of committing atrocities in the Democratic Republic of Congo."
And yet Rwanda and its history are inextricably linked with the decades of bloodshed in Congo. That was made apparent once again at the beginning of August. Members of the FDLR, the Rwandan Hutu militia, raped at least 179 women not far from Walikale in Congo. The victims said that they had each been raped between two and six times. The terrible violence went on for several days.
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